CHAPPiE (CHAPPiE – 2015)
De forma bem inteligente e nada artificial, a SONY PICTURES estreia dia 16 de abril a fantástica ficção científica: CHAPPiE! Vale lembrar que este filme é o terceiro longa-metragem de Neill Blomkamp como diretor. Ele escreveu o roteiro junto com sua esposa Terri Tatchell, que também co-escreveu Distrito 9. As filmagens começaram no final de outubro de 2013 em Joanesburgo, África do Sul e foi concluída em fevereiro de 2014. Outras refilmagens tiveram lugar na Colúmbia Britânica, Canadá, em abril de 2014.
CHAPPiE mostra de uma forma ultra realista as consequências sobre a criação de uma inteligência artificial e discute as questões éticas da
sociedade com relação aos medos e fascínios que a concepção de um ser artificial
podem causar. Engana-se aquele que espera por mais um filminho sobre robozinhos
que salvam o dia... Em CHAPPiE, a dura realidade sufoca a fantasia e causa um
“mal-estar” proposital no público.
Sinopse (adaptada do Site Oficial):
"Num
futuro próximo, o crime é combatido com o uso de uma força policial mecanizada
e altamente opressiva. Mas agora, a população passou a revidar. Quando um
droide policial, CHAPPiE, é roubado e reprogramado, ele se torna o primeiro
robô com a habilidade de sentir e pensar por si próprio. No entanto, forças
destrutivas e poderosas começam a ver CHAPPiE como uma ameaça à ordem e à
humanidade; e eles não irão parar por nada até reestabelecerem o status quo e
garantir que CHAPPiE seja o último de seu tipo."
Bem...
A sinopse acima não faz jus ao roteiro bem trabalhado desse filme, pois, as
implicações são bem maiores que essa trama linear e sem brilho que este passa.
Mas vamos falar um pouco dos saudosos anos 80, onde o “politicamente correto”
não existia!
Acredito
que se você não viu, já ouviu falar dos títulos UM ROBÔ EM CURTO-CIRCUITO
(Short Circuit – 1986) e ROBOCOP (Robocop – 1987).
Digamos
que CHAPPiE é um hibrido bem desenvolvido desses dois filmes de grande sucesso
em seus gêneros e época. A prova de que às vezes, é melhor ser original
utilizando velhos clichês do que tentar refazer um clássico e acabar colocando
nas telas um pastiche sem sentido e sem alma.
Ok... Vamos esquecer isso!!!
Quanto ao elenco, o diretor claramente optou por atores que dessem credibilidade ao toque ultra realista da trama, atores que pudessem ser vistos na tela como um ser humano comum vivendo situações incomuns e tendo que lidar com elas. Mas, sabiamente, não esquece de algumas “ancoras” para agradar e chamar o grande público.
Para viver digitalmente, o ingênuo e heroico CHAPPiE, temos Sharito Copley que sempre é escalado para os projetos do diretor Neill Bolmkamp (Distrito 9 e Elysium). Aqui ele empresta sua voz e movimentos para dar vida a esse simpático robô que cativa o público desde o início.
Interpretando
o expert em robótica e “mega-geek” Deon Wilson, criador dos modelos perfeitos
de policiais automatizados e da inteligência artificial, temos o jovem e competente
Dev Patel – o mesmo de “Quem Quer Ser Um Milionário” (Slumdog Millionaire – 2008)
– que brinda o público com uma interpretação sólida e crível de seu personagem.
Defendendo
o núcleo daqueles que acabam sendo culpados pela “crise da trama” – os vilões –
temos duas feras no gênero! O eterno Wolverine (Hugh Jackman), que vive o invejoso
e cruel Vincent Moore. Como o próprio ator define, o seu personagem é um tipo
de “macho-alfa” que não aceita que seu projeto tenha sido rejeitado.
E
a eterna Ripley, Sigourney Weaver, como a ambiciosa empresária Michelle Bradley,
que, mesmo tendo uma participação pequena no filme, sempre toma conta da tela e
coloca o público nerd em uma “zona de segurança”.
Para compor o elenco de anti-heróis do filme, que possuem uma participação
muito especial na trama, rostos não muito conhecidos do grande público como os
rappers sul-africanos Watkin Tudor Jones, no papel do criminoso Ninja...
... e Anri Du Toil como a, também, criminosa Yolandi Visser... Os mais atentos irão
notar que o nome de seus personagens são os mesmo de seus nomes artísticos.
Enfim,
CHAPPiE é um ótimo filme! Vale cada centavo do ingresso e é capaz de gerar
grandes, inteligentes (sem ser artificial) e saudáveis discussões sobre as
questões éticas e morais que envolvem a criação de uma máquina com vontade
própria e sentimentos durante a famosa “hora da pizza”!
Infelizmente,
só não leva a minha cotação máxima pela repetição de um erro constante nos
trabalhos desse diretor... Aquilo que eu chamo de “síndrome do roteiro de pé quebrado”. Nos
seus três filmes, o diretor e roteirista Neill Blomkamp, na tentativa de inovar
na conclusão de suas tramas, acaba criando situações completamente imaturas,
confusas e/ou fora do contexto de um roteiro que vinha tão bem. Não posso falar
mais sobre isso, pois acabaria entregando o final do filme.
Para
quem ainda não viu, segue o trailer!
Ah!
Vale a pena lembrar que o Diretor Neill Blomkamp tem um recado especial para os
jovens cineastas brasileiros!